Esta quinta edição do Colóquio de História e Arte, promoção da Linha de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC, “Políticas da Escrita da Imagem e da Memória”, reúne pesquisadores da área de história e de áreas afins, para apresentar e discutir resultados de pesquisas que contemplem implicações metodológicas da pesquisa e da reflexão sobre o tema das utopias na história
O tema UTOPIA, UTOPIAS enseja a possibilidade de debates a respeito da relação entre arte e história, refletindo sobre concepções de tempo e de espaço como problemas fundamentais na prática historiográfica. Ao se partir da pressuposição de que as artes criam pensamento (Deleuze), o pensamento utópico cria a imaginação do protesto e da esperança. Os artistas são homens de imaginação, abrem a marcha, proclamam o futuro, desenvolvem a poética do novo sistema. No fundo de cada utopia, há o desejo de mudar a ordem das coisas (Ricoeur).
A utopia põe em questão o que existe no presente; mostra o que há de estranho e de potencialidade no mundo atual; introduz um sentido de dúvida que abala o óbvio. E se a palavra utopia, pelo seu radical situado no espaço, topus–lugar, utopus-fora do lugar, aponta para fora do presente, seus desdobramentos conceituais, distopia (Stuart Mill) e heterotopia (Foucault), situam-se no presente, na realidade das coisas, vêem o mundo como aquele que se experimenta aqui e agora, fazendo o cruzamento do tempo com o espaço, e trazendo para o debate outra concepção de tempo, o tempo agostiniano da temporalidade múltipla que se condensa no presente.